Brasília faz 60 anos em 21 de abril de 2020
Discutindo flexibilização de seu planejamento urbanístico
Publicado por Denilson Marques Dos Santos
há 4 anos
- 'Brasília' é a sede aonde se tomam as mais significativa decisões políticas, administrativas, econômicas e sociais do país, constitui-se em síntese na materialização do pensamento e da prática do urbanismo do Século XX. Aos 60 anos de sua inauguração, é notório que a área central da cidade manteve íntegros os princípios do movimento moderno que orientaram o Plano Piloto de autoria de Lúcio Costa, graças à força do tombamento desta área urbana, em âmbito local e federal, e de seu reconhecimento como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e também ao reconhecimento do alto padrão de qualidade de vida proporcionado por sua concepção urbana. Na escala de seu território, Brasília enfrenta os mesmos desafios das demais cidades brasileiras e já se consolida como metrópole nacional. Nesse contexto, acomodar novas dinâmicas sociais, econômicas e culturais, garantindo a urbanidade de seus espaços, apesar dos problemas da desigualdade, e promover uma cidade mais justa para toda a população, seja a que habita no centro, seja a que vive na periferia são desafios que a cidade compartilha com as demais metrópoles brasileiras. Ao lado dos monumentos, Brasília possui os espaços do cotidiano, apropriados e transformados pela população. Espaços estes que muitas vezes desafiam as estratégias de preservação. Assim, nos 60 anos de Brasília, o Governo do Distrito Federal tem concentrado esforços na elaboração de instrumentos capazes de garantir a preservação do espaço urbano do Plano Piloto de Brasília e de acomodar as transformações necessárias para o seu futuro. Já em fase de elaboração, o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília virá suprir uma importante lacuna, ao cotejar, de forma global, os diversos aspectos sociais, ambientais, edilícios, urbanísticos, paisagísticos e artísticos envolvidos na gestão de Brasília. Isso representa um rompimento com uma prática consolidada e lesiva ao interesse comum, que é a tomada de decisões que afetam a área tombada de forma pontual, caso a caso, sem uma perspectiva de conjunto. Promover a gestão deste Patrimônio da Humanidade requer principalmente a ação da própria sociedade, tanto na preservação dos elementos estruturais da cidade, quanto na aceitação dos ajustes necessários para que Brasília seja, além de moderna, capaz de responder às questões inerentes a sua contemporaneidade sem se afastar dos princípios teóricos do seu planejamento urbano integrado.
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